ANTF sai em defesa de Abel │Grupos de oposição se unem e criam bloco contra Leila; coletiva 'bomba' foi catalisador




06 Março 2024 - 08h30
Leila detona "ataque histérico" do rival São Paulo como ''inveja do trabalho de Abel'' e aguarda desculpas públicas de Casares.

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, falou pela primeira vez sobre os insultos de Carlos Belmonte, diretor de futebol de São Paulo, direcionados ao técnico Abel Ferreira. O episódio aconteceu no último domingo, após empate por 1 a 1 no Choque-Rei, no Morumbis. Em entrevista concedida ao geglobo, a presidente classificou a situação como um "ataque histérico" e disse que espera por desculpas públicas do presidente do rival, Julio Casares.

"Futebol é entretenimento, uma atividade familiar. Tem que começar por nós coibir esse tipo criminoso de rivalidade. Como se coíbe? Respeitando o seu adversário, não dando esse ataque histérico que o São Paulo deu. O dirigente que fala uma coisa e age de outra forma. Você fica bem com a torcida conquistando títulos, pagando as contas em dia, tendo atletas respeitando porque honra os compromissos. Não existe mais no século 21, não cabe mais os cartolas do passado que gritavam, batiam na mesa. Isso não existe mais", disse Leila.

"No fundo eu acho que tudo é despeito, inveja do trabalho ímpar do Abel aqui no Brasil, um técnico extremamente vencedor. Tenho orgulho imenso, poder contar com o Abel por tanto tempo, vou ser candidata à reeleição e se for reeleita meu trabalho vai ser manter o Abel até o último dia do meu mandato. Está totalmente adaptado ao Brasil, tem ligação muito forte conosco. Atacar gratuitamente um treinador... Se eles acham que o Abel está procedendo de uma forma que acham que não seja correta com relação à arbitragem, quem tem que dizer isso é a arbitragem, não um diretor de futebol", seguiu.

Na segunda-feira, o Palmeiras emitiu uma nota repudiando as falas xenófobas de Carlos Belmonte contra o técnico do Verdão e informou que estuda as medidas legais cabíveis contra o diretor. O assunto também foi comentado pela presidente Leila Pereira em seu primeiro pronunciamento após o polêmico clássico.

"Vi o vídeo horrível do senhor Carlos Belmonte xingando o nosso treinador e acho que tudo na vida a gente tem que refletir primeiro antes de falar. Por isso que estou aqui hoje, com a cabeça fria, dizendo que espero que as autoridades tenham uma atitude exemplar, punindo o Belmonte para que isso não aconteça novamente. Vou conversar com meus advogados que eu gostaria até que ele não fosse mais no Allianz. É uma persona non grata nos nossos ambientes. Temos que coibir essa violência insana, e nós como dirigentes temos que ser os primeiros a levantar essa bandeira", disse a dirigente.

Chateada com o presidente são-paulino Julio Casares, com quem mantinha boa relação, Leila Pereira está à espera de uma retratação. "Eu não tenho que procurar ele. Ele quem tem que me procurar, eu fui desrespeitada na casa dele. Ele teria que me procurar e ainda pedir desculpas públicas. Quero desculpas públicas e o comprometimento de que isso não vai acontecer mais", declarou.

OUTRO LADO
Por meio de comunicado enviado pelo São Paulo, Julio Casares garantiu que “Carlos Belmonte não é xenófobo” e explicou que o diretor “usou a nacionalidade do treinador como forma de identificação, e não qualificação”.

O presidente do São Paulo ainda fez alusão a Abel Ferreira ao escrever que repudia “quem maltrata jornalista retirando seu instrumento de trabalho das mãos, quem chuta microfone, quem peita jogador do time adversário mesmo não sendo atleta”.

Casares relatou também já ter tido diversos incidentes com profissionais do São Paulo no Allianz Parque. “Não podemos viver como dirigentes do passado, mas não podemos deixar de ter o amor por nosso time do coração", escreveu.


Associação de treinadores de Portugal sai em defesa de Abel após insultos de diretor do São Paulo: "Episódio ofensivo, discriminatório"

A Associação Nacional de Treinadores de Futebol de Portugal saiu em defesa do técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, que sofreu insultos e xingamentos do diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, após o Choque-Rei que ficou empatado em 1-1 no domingo passado. A associação classificou o episódio como "ofensivo, discriminatório e xenófobo".

"Tendo tomado conhecimento dos insultos proferidos pelo diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, ao treinador Abel Ferreira, não pode esta Associação Nacional dos Treinadores de Futebol ficar indiferente aos mesmos", começou a nota da ANTF.

"Com, o sucedido que nada tem a ver com futebol, com os seus princípios e, muito menos, com o desporto, sendo antes a sua negação frontal e plena , ocorrido na última noite, à saída do Estádio do Morumbis, assistimos a um episódio ofensivo, discriminatório e xenófobo, com o qual a ANTF não pode aceitar e, muito menos, compactuar, dada a repulsa e a repugnância que merece!", seguiu o comunicado.

Na segunda-feira, o Palmeiras tomou conhecimento do ocorrido e também emitiu um comunicado repudiando as falas xenófobas contra o treinador. O Verdão também afirmou que estuda medidas legais contra o diretor do Tricolor.

Ainda, o clube também criticou o posicionamento do presidente do São Paulo, Julio Casares, na zona mista do Morumbis. O mandatário reclamou da arbitragem do clássico e indicou que o Abel apita os jogos do Paulistão.
Confira na íntegra o comunicado da Associação Nacional de Treinadores de Futebol

"Tendo tomado conhecimento dos insultos proferidos pelo diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, ao treinador Abel Ferreira, não pode esta Associação Nacional dos Treinadores de Futebol ficar indiferente aos mesmos.

Com, o sucedido que nada tem a ver com futebol, com os seus princípios e, muito menos, com o desporto, sendo antes a sua negação frontal e plena , ocorrido na última noite, à saída do Estádio do Morumbis, assistimos a um episódio ofensivo, discriminatório e xenófobo, com o qual a ANTF não pode aceitar e, muito menos, compactuar, dada a repulsa e a repugnância que merece!

É convicção da ANTF que a maior parte dos adeptos não se revê nos insultos daquele dirigente do São Paulo, que enchem de vergonha todos quantos lutam por uma sociedade mais justa e tolerante, motivo pelo qual, entendemos que todos os agentes desportivos e, em particular, os seus dirigentes, têm de actuar de forma a que episódios como este não se repitam, a bem do futebol. Esta é uma luta que não tem nacionalidade!

A ANTF acredita que as manifestações de discriminação e xenofobia não podem ter lugar na nossa sociedade, devendo ser julgadas e severamente punidas pelos tribunais!

Por fim, não pode esta ANTF deixar de se colocar inequivocamente ao lado do seu Associado e Treinador Abel Ferreira, a quem, desde já, endereça a nossa mais profunda solidariedade

Rio Tinto Gondomar, Portugal, 05 de março de 2024".


De criticas a organizadas e eleição do clube, Leila já chegou a dizer que ‘emoção do Palmeiras era brigar para não cair’ — Itatiaia

Política do Palmeiras: Grupos de oposição se unem e criam bloco contra Leila Pereira; coletiva 'bomba' foi catalisador.

Três grupos políticos da oposição do Palmeiras, além de conselheiros independentes, se uniram para criar o “Movimento Palmeiras Avante”. A informação foi publicada pelo "Uol" e confirmada pela ESPN.

O novo bloco, que conta com cerca de 120 nomes, promete fazer frente a Leila Pereira na eleição presidencial do clube, que acontecerá em novembro deste ano.

O clube conta atualmente com cerca de 359 conselheiros. Os percursores do novo movimento de oposição foram os grupos “Ocupa Palestra”, “Grupo Arquibancada” e “Academia”. Além disso, outros conselheiros que não fazem parte de bases unidas simpatizam com as ideias da mudança no cargo de poder do Palmeiras a partir do início de 2025.

A reportagem apurou ainda que a negociação para a criação do “Movimento Palmeiras Avante” começou há cerca de seis meses e teve a “coletiva-bomba” da presidente Leila Pereira, realizada em outubro de 2023, como principal “catalisador”.

De acordo com apuração da ESPN, um número considerável de conselheiros se incomodou com algumas declarações da mandatária na época, o que ajudou a esquentar o clima internamente no clube e fez com que a oposição se unisse em prol de uma mudança.

Dentre inúmeros temas abordados por Leila na época, a dirigente criticou antigas gestões por conta de dívidas atuais e disse que alguns nomes do clube queriam “destruir a gestão”.

Apesar da organização estar definida, ainda não há um consenso por parte do grupo para definir um nome específico para liderar o movimento e ser possível representante da oposição para enfrentar Leila Pereira nas eleições de novembro.

A eleição '2024 ao cargo de presidente do Palmeiras promete ser bem mais agitada do que de 2021. Na oportunidade, quando Leila Pereira assumiu o comando do clube após mandatos de Mauricio Galiotte, a empresária concorreu praticamente sozinha, e foi eleita com 1897 dos 2141 votos na assembleia de sócios.

  • Próximo jogo: Palmeiras x Botafogo-SP │ Paulista 2024 - 12ª Rodada │ Data: 9/3 Sábado 18h00 Arena Barueri [Transmissão: Paulistão Play e CazéTV (YouTube)]

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