Elenco do Palmeiras treina forte, se preparando para o Choque-Rei na reta final do Brasileirão 2022





Os jogadores Endrick, Gómez, Wesley, Atuesta, Luan, Lomba, Navarro e Rony (E/D em pé) e Mayke, M.Rocha, Scarpa, Danilo e Vanderlan (E/D agachados), na Academia de Futebol. (Foto: Greco/SEP)

14/10/2022 - 17h50
O elenco alviverde participou de intensos treinamentos com atividades táticas e técnicas, durante a manhã desta sexta-feira 14, na Academia de Futebol. Em sequência à preparação para o clássico Choque-Rei contra o SPFC, agendado para a tarde do próximo domingo 16, no Allianz Parque. O clássico será válido pela 32ª rodada do Brasileirão. De acordo com informações do Departamento de Comunicação do Palmeiras, o elenco realizou um trabalho coletivo intenso, repetindo aspectos ofensivos e defensivos como criação de jogadas, e marcação sob pressão.

Depois das atividades, o lateral-direito titular Marcos Rocha, falou sobre a disputa pelo título e as sete partidas que ainda restam antes do fim da competição:
“Temos uma sequência muito boa de vitórias, de invencibilidade nos confrontos diretos contra os rivais. Vejo algumas vezes falarem que perdemos dois pontos contra o Atlético-GO, mas na verdade o Palmeiras ganhou mais um ponto. Faltam sete jogos e nossa ideia sempre foi pontuar na competição. O Palmeiras traçou isso como meta, então somamos mais um ponto e diminuímos uma final. Agora são sete”, disse Rocha.

Na atual temporada 2022, o alviverde jogou em 12 clássicos contra os rivais estaduais Santos, São Paulo, e Corinthians, e obteve 10 vitórias e duas derrotas. E pelo campeonato nacional, o alviverde continua invicto com cinco vitórias em cinco clássicos. Um fato inédito entre os quatro maiores da capital, na história do nacional por pontos corridos. Além disso, o Palmeiras já vem de 16 jogos de invencibilidade no nacional. O último revés foi para o Athletico-PR, 0-2 ainda na 15ª rodada no Allianz Parque.

“Um jogo difícil dentro de casa contra o SP. Uma equipe que precisa se recuperar na competição. Tenho certeza de que será casa cheia(no Allianz Parque). Teremos o apoio do nosso torcedor mais uma vez, aquele clima que nos dá uma expectativa grande de apresentar um bom futebol. Espero corresponder isso junto aos meus companheiros e dentro de casa conseguirmos os três pontos”- disse Marcos Rocha.

Scarpa na Placar: Outrora encostado em 2020, e vital na estratégia do time de Abel Ferreira em 2022, Scarpa deu a volta por cima na carreira, somando hobbies pouco convencionais entre boleiros como Livros, Skate, Cubo Mágico, e até tenta falar o inglês.
 
O meia Gustavo Scarpa, do Palmeiras brinca com skate - (Foto: Kaio Lakaio/Placar)

Scarpa também é ''leitura'' (Foto: Kaio Lakaio/Placar)

Em meio a risadas em reportagem da revista Placar, o Scarpa de hoje é leve, confiante, seguro de si. 
Sua alegria parece contagiar os demais colegas de elenco, além de ser um dos destaques do Palmeiras e do próprio Brasileirão 2022. As ultimas rodadas do nacional são possivelmente, seus últimos com o manto alviverde. Em fim do contrato, vai realizar seu sonho de jogar na Premier League, pelo Nottingham Forest, o Scarpa vive boa fase, seja vestindo o uniforme alviverde, seja se divertindo com seus hobbies nada comuns no universo dos boleiros.

Abaixo, alguns trechos da entrevista de Scarpa, para a revista Placar: 
Placar – Como está o inglês? Está fazendo aulas? 
Scarpa – (Em inglês) Well, I already have a very good English, but I don’t do any English classes. I think I’m ready for this adventure. To me it’s an honor to play in the Premier League and I’m very happy for this challenge. 
[tradução: “Bem, eu já tenho um inglês muito bom, mas não faço as aulas de inglês. Acho que estou pronto para essa aventura. Para mim é uma honra jogar na Premier League. Estou muito feliz por esse desafio”.]

Está bom de inglês já, né? Na verdade eu não faço aula de inglês, só na escola mesmo. Meu aprendizado veio de filmes legendados e de muita música que escuto desde criança. Ouvia muito Linkin Park, Nirvana, Eminem. Colocava as músicas dele, a letra do lado, e ouvia, lia pra caramba. Essa foi a preparação do inglês para a minha vida. Mas acho que vou treinar uma entrevista, para não passar vergonha em inglês. 

Placar – Você falou de Rock, que é uma das coisas que faz você ser um ponto fora da curva no meio do futebol, além de hábitos como leitura, cubo mágico, andar de skate… Como é isso? Já se sentiu um peixe fora d’água? 
Scarpa – Nunca foi barreira para mim. Aquelas frases clichê: ‘ah, não me importo com o que os outros pensam’. A opinião dos outros tem um peso para mim, mas não para a forma como escolhi viver, sabe? Os meus gostos, os meus hobbies. Sempre me senti um cara diferente, com gostos diferentes no meio do futebol, seja na música, em livros… 
...quer dizer, só o hábito da leitura já é um pouquinho diferente. Mas isso nunca me preocupou, pelo contrário. Sempre tentei ver com bons olhos, porque quando subi para o profissional do Fluminense, o fato de ser bem diferente dos outros moleques que estavam subindo foi um fato que me ambientou mais rápido. Eu era pego para ser zoado direto. Isso que eu faço hoje em dia, do cara chegar e ser zoado, é porque eu fui muito zoado na época.

Placar – Por que você era zoado? 
Scarpa – O Fluminense com Sóbis, Leandro Euzébio… os caras pegavam muito no meu pé. Mas sempre levei numa boa, dava risada, nunca me afetou em nada. Sempre soube levar isso muito bem. Eu tinha um bigodinho, por incrível que pareça era muito mais magro, cristão… fiz escolhas completamente diferentes do que as pessoas fazem, gostava de rock.

Placar – Você já converteu alguém do Palmeiras para os seus hobbies? 
Scarpa – A leitura, alguns dos meninos passaram a ler com mais frequência, o Veiga, o Luan… não sei se por influência direta, ou indireta. O Veiga acho que é o que tem lido mais. No skate ninguém se arriscou. O Veiga e o Matheus Fernandes foram comigo no wakeboard. Foi bem no começo. Eu hoje, modéstia à parte, sou bom, melhor até do que no skate. Eu estava no terceiro dia no wake e não tinha conseguido ainda ficar de pé. O Veiga no primeiro dia deu a volta, me fez pensar que eu não levava jeito. Mas eu insisti e hoje estou brilhando (risos).

Placar – O quanto a chegada do técnico Abel Ferreira teve a ver com a sua volta por cima no Palmeiras, além do seu próprio esforço? Você disse que talvez estava no seu pior momento…
Scarpa – Ah, foi o pior, hein? O Abel teve importância, eu sinto que nesses últimos dois anos o meu futebol evoluiu muito taticamente, defensivamente.
 
Eles (comissão técnica) conseguiram fazer com que eu enxergasse que eu poderia ter um desempenho defensivo melhor, sem perder o ofensivo. E nisso entra a questão física, pois tenho feito coisas que não imaginei que fosse aguentar: sequência de jogos, partidas intensas e chegar inteiro no final. 
Isso tem a parte deles, de me fazer enxergar isso de uma maneira indireta, porque não me falaram, mas com atitudes pude perceber, e também a minha dedicação no extracampo. Cuidados com parte física, com alimentação, que melhorou muito. Minha vida não é só Trakinas e leite condensado (risos). 

Eu vivi umas três semanas de treinos bem ruins no Palmeiras, cheguei até a ficar fora de jogo. E aí eu estava com uma proposta para sair, uma proposta top para ganhar quase o dobro, do Atlético Mineiro. Só que aí eu pensei que tem tanto jogador que passa algum perrengue no time e já pede para sair. 
Eu falei para mim mesmo: você sabe do seu potencial, sabe o quanto você é bom, não adianta ficar pulando de galho em galho. Está em você a solução. 
Tem uma frase do César MC que é: “me diz algo mais motivador do que não ter saída”. E eu me senti completamente sem saída. Pensei: é isso que eu tenho, não tem como ficar pior. Se vira, Scarpa. E as coisas fluíram de um jeito maravilhoso, graças a Deus.

Placar – Você já falou que o Abel é o primeiro treinador que explica tudo o que o jogador tem que fazer em campo, parte ofensiva, defensiva, bola parada… Como é isso exatamente? 
Scarpa – Não só o Abel, mas a comissão toda. Eles são muito entrosados e dedicados nessa parte tática. Tem cinco membros na comissão: um cara cuida da bola ofensiva, outro da bola defensiva, outro da bola parada ofensiva, da bola parada defensiva, então é tudo muito bem explicado. Já conversei isso com outros jogadores, é legal e é muito mais leve você entrar em campo sabendo tudo o que você tem que fazer. Se a equipe adversária vier com um plano diferente, já nos adaptamos aos caras. É claro que as vezes não é a melhor estratégia, mas todo mundo sabe o que fazer. E isso, com o Abel, muito mais do que com qualquer outro treinador. O que não tira os méritos dos outros, cada um tem sua forma de trabalhar. Comigo, no caso, a que mais funcionou foi a dele. 

Placar – Tem quem ache que esse método deixa os jogadores robotizados, sem liberdade de decisão em campo. O que você acha disso? 
Scarpa – O meu pai sempre me falou que, sem a bola, eu deveria fazer o que o treinador mandasse, mas com ela, o que eu quisesse. Na cultura do Brasil não tem essa dedicação na parte defensiva. Sem a bola, realmente, fazemos tudo o que ele manda, mas com a bola ele dá liberdade, principalmente no último setor do campo. Do meio para trás há um padrão, tem uma forma de sair jogando, tem uma seriedade. Do meio para frente, tem liberdade. 

– Ele(Abel) sempre fala que uma das formas da gente fazer gol, além da bola parada, além da transição ofensiva, é o talento natural. Tivemos recentemente o gol do Rony de bicicleta, não tem o dedo do treinador ali. É a liberdade do cara. O Wesley vir pedalando lá de trás, a mesma coisa. Então temos, sim, liberdade para fazer o que queremos ofensivamente. Claro que não 100%, porque existe um trabalho, uma estratégia toda por trás de tudo. — disse Scarpa.

Placar – Você já sentiu o gostinho de enfrentar um time grande da Europa no Mundial, contra o Chelsea. Sentiu muita diferença na parte técnica, física, tática?
Scarpa – Não, acho que foi mais a questão da atmosfera do jogo. É diferente você entrar num estádio top, jogar contra um time mundialmente famoso, com grandes jogadores… essa atmosfera interfere muito, nós não estamos acostumados. Para os caras, é só mais um jogo. 
Estar lá, numa Premier League faz com que esses jogos que são surreais, empolgantes, fiquem mais normais. Não que vá perder a graça, mas você consegue controlar mais a parte emocional. Isso para mim vai ser muito bom. Na parte física, não vi muita diferença. Só na questão da imposição de jogo, que eles impõem demais. Dominam mesmo, vão para dominar a partida do início ao fim. Coragem para jogar, ter a bola, perder e ir buscar na frente de novo.


Agenda - Após o empate com o dragão goiano na ultima rodada, a distância para o vice-lider caiu de 12 para 10 pontos, porém a ''gordura'' acumulada permite que o clima na Academia do Palmeiras seja tranquilo, reforçando o bom momento da equipe alviverde. E restando somente, sete rodadas para o fim do certame nacional, a equipe dirigida pelo técnico Abel Ferreira pode definir o título com antecedência se mantiver o bom desempenho. Allianz Parque vai lotar! De acordo com o site do clube, já foram comercializados 39.600 ingressos até às 16h30 desta sexta-feira, 14/10, para o Choque-Rei de domingo.

Todo o elenco ainda fará o último treino antes do clássico, na manhã ás 11 horas deste sábado 15, na Academia de Futebol. O Palmeiras é o #1 colocado do Brasileirão com 67 pontos. 10 a frente do atual vice-líder Internacional. Além disso, possui o melhor ataque do campeonato (53 gols, seguido do Flamengo, 50) e a defesa menos vazada (21 gols contra, seguido do Internacional, vazado 28 vezes).

  • Próxima Partida: Palmeiras vs São Paulo │ Brasileirão 32ª Rodada │ 16 de Outubro, Domingo ás 16h00 (Horário de Brasília), Allianz Parque (Transmissão Premiere)

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