Com substituições a mais, Luan Silva quer provar: pode ficar no Palmeiras
Ao L!, atacante fala da adaptação a protocolos no CT e mudança de regra que lhe dá mais chance de mostrar que clube deve adquiri-lo no final de seu empréstimo, em dezembro
30.06.2020 - 17:59
Luan Silva é, certamente, um dos mais ansiosos pela retomada do futebol. A quarentena deu ao atacante o tempo necessário para se recuperar da contusão na coxa esquerda que fez durar só 42 minutos seu único jogo no Palmeiras, contra a Ferroviária, em 9 de março. E as mudanças no retorno das partidas ainda lhe oferecem uma vantagem: serão permitidas cinco substituições, aumentando sua chance de provar que pode ficar em definitivo no clube.
Em entrevista exclusiva ao Lance!, o jogador de 21 anos falou que, por enquanto, não há conversas para prorrogar seu contrato, apesar da expectativa de a temporada se encerrar apenas em 2021. Luan está emprestado pelo Vitória até dezembro, mas o Verdão aposta tanto nele que comprou 15% dos seus direitos econômicos, por R$ 3 milhões, em março, mesmo com o jogador passando 2019 só em recuperação física no clube e tendo lesão recentemente.
Confira abaixo a conversa com Luan Silva, na qual o jogador também enche o técnico Vanderlei Luxemburgo de elogios e fala como tem sido ir à Academia de Futebol para avaliações sob rígido protocolo de segurança contra Coronavirus:
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Contrato de Gómez acaba nesta terça, mas não preocupaComo é voltar a trabalhar na Academia de Futebol, apesar de ser somente para fazer avaliações físicas?
A saudade estava muito grande. O principal era voltar a conviver com os companheiros de clube, funcionários, médicos, fisioterapeutas, comissão técnica, pessoal da limpeza e rouparia. Passamos uma grande parte do nosso tempo com eles. Acaba que nos acostumamos e sentimos muita falta desse ambiente, de muita amizade.
Como é trabalhar em um ambiente sob rígido protocolo de segurança?
Sem sombra de dúvidas, é muito diferente. Nunca fui acostumado a andar com máscara. Tenho um pouco a sensação de que ainda não me acostumei a isso, a passar álcool em tudo, não dar aquele abraço, aperto de mão nas pessoas por quem tenho um grande carinho. Com certeza, é muito diferente.
Você estava machucado quando os treinos pararam. Imagino que a ansiedade esteja grande para treinar com bola com o elenco. Como tem lidado com isso?
A ansiedade é muito grande. Creio que seja difícil conciliar isso com a realidade, a mente tem que estar bem preparada, porque não é fácil. Amo jogar futebol. Passar cerca de três meses sem jogar mexe muito com tudo: psicológico, corpo... Mas tenho uma cabeça boa e sou resiliente. O futebol irá retornar na hora certa, e irá trazer felicidade novamente para todos.
Já está completamente recuperado da lesão?
Sim, completamente recuperado. Fiquei me tratando em casa, treinando firme, ciente de que essa pandemia, uma hora, iria passar e eu teria que estar bem. Fiz algumas atividades com bola, porém não deu para fazer muita coisa por conta do espaço.
O seu contrato vai até o final do ano, mas a temporada deve avançar até os primeiros meses do ano que vem. Já há conversas para prorrogação?
Não existe nenhuma conversa sobre prorrogação. Cabe a mim me esforçar muito, lutar pelo meu espaço e honrar a camisa do Palmeiras, aproveitar oportunidades. Meu desejo é ficar, e irei lutar muito por isso.
Quanto te ajuda a mudança na regra que permite cinco substituições?
Ajuda bastante. Para quem está no banco, são duas oportunidades a mais. O nosso professor tem mais alternativas e, caso algum companheiro nosso se lesione, existem essas duas substituições que foram acrescentadas. Facilita muita coisa.
A temporada deve ter uma maratona de jogos. Para você, que jogou só uma vez neste ano e pouco no ano passado, isso é bom ou ruim?
Com certeza, será muito bom. O que mais quero é jogar, quantos jogos for possível. Provavelmente, terá um revezamento do elenco, pela alta demanda de partidas, e oportunidades irão surgir. Quero estar bem preparado para aproveitar o máximo possível.
O Luxemburgo falou com você individualmente na quarentena?
Falou, sim. Perguntou se eu estava recuperado da lesão que tive. É um exemplo de profissional, e vem me ajudando de uma forma incrível. Costumo ter muita gratidão pelas pessoas que me ajudam e, com o professor Luxemburgo, não será diferente. A cada partida que entrar, irei ter sede de vitória, de títulos e de alegria para a torcida palmeirense.
Está pronto para jogar sem torcida?
Confesso que será bem diferente. Uso de combustível e motivação o canto da torcida, as palmas, a bateria. Infelizmente, não terá isso, por tempo indefinido. Será bem estranho. Mas estou preparado. Vou dar o meu melhor em qualquer situação. O que mais importa é o Palmeiras vencer, conquistar títulos.
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