A lista dos problemas que atrasam o retorno dos clubes de São Paulo

 







Da volta de Ribeirão Preto à zona vermelha à falta de resposta da prefeitura de São Paulo, uma lista de problemas dificulta a volta dos clubes de São Paulo
14.06.2020 - 08h21
Há dez dias, numa reunião na CBF, havia otimismo em relação à possibilidade de os estaduais retornarem do início até a metade de julho. Cada um no seu tempo. No mesmo dia, o presidente R. Caboclo falou da dúvida: São Paulo. Havia informação sobre a dificuldade do governo paulista e da prefeitura liberarem os treinos.
Em dez dias, o temor se confirmou. O maior problema hoje é a falta de respostas da prefeitura de São Paulo. Os dirigentes foram a reunião com Bruno Covas, quinta-feira (11/6) com informação de que haveria o decreto de aprovação do retorno aos treinos. O prefeito Bruno Covas preferiu jogar a responsabilidade para a vigilância sanitária.

Não se trata de exigir proposta positiva, mas de ter resposta. A prefeitura não responde. Internamente, a informação é de que o governador J. Dória pediu ao prefeito B.Covas que não liberasse os treinos. Liberar seria como entrar em acordo com Bolsonaro, que pediu desde o início que o futebol retorne.

Ocorre que a prefeitura abriu o comércio de rua e Shopping Centers. O Futebol Paulista não está pedindo retorno dos jogos, mas dos treinos individuais, ao ar livre. Outra vez: a prefeitura não precisa dizer que sim. Precisa apenas responder alguma coisa. Dar o norte.

A segunda dificuldade é Ribeirão Preto. A cidade do noroeste paulista voltará da zona laranja para a vermelha e interromperá o processo de flexibilização do isolamento a partir de segunda-feira (15/6). Por pelo menos 15 dias, Botafogo já sabe que não poderá trabalhar no CT. Se todos os demais clubes puderem voltar durante este período, é possível que o clube de Ribeirão tente treinar em outra cidade.

A terceira dificuldade é a unidade. São Paulo deu o maior exemplo de união, ao definir que todos os clubes voltarão ao mesmo tempo, mas Bragantino furou o acordo, foi advertido e obrigado a parar. Apesar disso, seguem os boatos de que Ferroviária, Ituano e Oeste estão treinando. Ninguém confirma.

Há clubes do interior questionando a isonomia e a mudança do regulamento, que terá de ser aprovada por unanimidade na reunião do conselho arbitral. Mudar o regulamento será essencial, porque os clubes precisarão usar jogadores que não estão inscritos. Há quem tema que isto possa levar a ações na Justiça pela mudança de regras no meio da disputa.
O Mirassol, por exemplo, já negociou três atletas com a Ponte Preta: o meia Camilo, o lateral Ernanes e o volante Neto Moura. Sem os três, é certo que Mirassol entrará em campo com um time enfraquecido. Será adversário da Ponte Preta na última rodada. O Botafogo disputa cabeça a cabeça o rebaixamento com a Ponte e, Água Santa. Por outro lado, parte da torcida da Ponte teme o jogo de entrega do Guarani, adversário do Botafogo, que pode levar os ponte-pretanos à 2ª divisão.

Resta apenas a esperança pelo bom senso. Assim como em 1918, quando o regulamento foi mudado e o Paulistano ganhou o campeonato, mesmo sem adversários realizarem todos os jogos, agora também será necessário abrir mão do rigor de outras temporadas para poder terminar esta. Não concluir o Paulista pode representar não receber cotas de televisão e dos patrocinadores por toda a temporada.

Depois da autorização da vigilância sanitária, será preciso haver acordo para jogar futebol. Será a única chance de salvar a todos, mesmo com o sofrimento maior de alguns.

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