Ano eleitoral, volta de Dudu, e garantia financeira: os motivos do 'sim' para empréstimo




 
Palmeiras aguarda oficialização da proposta do Al-Duhail, do Qatar, esta semana para concluir negócio e realizar a vontade do jogador
06.07.2020 - 17:25
Al-Duhail, do Qatar, está muito próximo de contratar Dudu, mas um modelo aprovado pela diretoria do Palmeiras para que a situação se concretize assustou muitos torcedores. Conforme noticiamos no último domingo, Dudu pode ser emprestado por uma temporada ao clube do Qatar, em vez de ter seus direitos vendidos. As explicações para o aceite do clube a esse formato de negócio, e o que envolve política, dinheiro e idolatria, veremos abaixo.
Dinheiro em caixa, ou Dudu de volta
O Palmeiras recusou na última semana modelo de negócio envolvendo compra de Dudu, com pagamento imediato de 3 milhões de euros (R$ 18 milhões na cotação atual) e 10 milhões de euros  (R$ 60 milhões) ao longo do cumprimento do contrato do atacante. Observando o impacto econômico da pandemia no futebol, Palmeiras quer minimizar todos os riscos, portanto a diretoria entende que só seria interessante vender o atleta se, a maior parte do pagamento acontecesse imediatamente.

O modelo de empréstimo oneroso com opção de compra gera ao Palmeiras, garantia de 7 milhões de euros (R$ 42 milhões na cotação atual) entrando em caixa imediatamente e, principalmente, possibilidade de Dudu retornar ao clube depois de um ano, caso Al-Duhail não deposite mais 7 milhões de euros para exercer opção de compra. Caso o Palmeiras venda o jogador e, Al-Duhail deixe de pagar os valores depois da consolidação do negócio, a diretoria alviverde poderia apenas, discutir na FIFA pelo recebimento do dinheiro, mas perderia Dudu.

Evitar mau negócio envolvendo um idolo em ano eleitoral
O ano de 2021 será muito importante na política palmeirense, tendo em vista que as eleições acontecerão no fim da temporada. O esforço de Dudu para deixar o clube pode amenizar a perda de um ídolo durante a gestão, mas um mau-negócio certamente gerará grande impacto negativo meses antes do pleito para definir quem comanda o clube, no novo triênio.

A atual direção não quer correr risco de receber parte do dinheiro nesse ano e, em 2021 levar um calote, no caso de uma venda, podendo sofrer com críticas da oposição envolvendo a perda de um ídolo com a necessidade de levar o caso à FIFA para cobrar o dinheiro, como fez com Olimpia-PAR, que ainda deve ao Palmeiras pela compra e revenda do paraguaio Mendieta, cuja passagem pelo Verdão se encerrou em 2015.
Formalização da proposta é aguardada esta semana, sem ajuste
A expectativa do Palmeiras é de que o Al-Duhail formalize nessa semana a proposta sem realização de ajustes dentro do que foi acertado entre clube, Dudu e staff do jogador na última sexta-feira. O atacante convocou o encontro para buscar possibilidades de negócio que gerariam o aceite do Palmeiras, e uma das soluções interessantes entre as colocadas na mesa foi o modelo de empréstimo oneroso com as condições já citadas na matéria. Al-Duhail sinalizou de forma positiva para o modelo de negócio, e resta portanto, formalizar proposta para oficialização do acordo.

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