Sistema [medroso] de Jogo


 
16.08.2020 - 20:20
Futebol medroso. Falta de melhor estratégia, de iniciativa do técnico e da maioria de jogadores do elenco do Palmeiras. Desde antes do retorno do Paulista, no inicio da temporada 2020-21 os jogos são sessões de tortura para quem espera por um bom jogo. Nos últimos 4 jogos, Palmeiras foi incapaz de vencer, empatando decisões do paulista contra o também medroso arquirrival, com jogos irritantes, e no Brasileiro 2020 têm um início igualmente fraco. Palmeiras empatou com dois adversários que, teoricamente, aspiram apenas a posições de meio de tabela. Chegou ao cumulo de ser dominado por um Goiás devastado pelos testes positivos de Covid-19. 

Na contramão do jogo atual, ao invés de atuar em direção ao gol adversário, jogam para trás na maior parte dos 90' minutos. Acionam zagueiros e goleiro a qualquer pressão do adversário. Atuam em looping como se um jogo à vera, fosse uma interminável sessão de treino de saidas de bola.

O Palmeiras de Luxemburgo, por mais que este técnico tenha ficado famoso pelo estilo ofensivo no passado glorioso, em 2020 inexplicavelmente joga para trás. O que, ao que tudo indica faz parte de estratégia que visa transformar o goleiro Weverton em armador de jogadas de longa distância. Laterais abrem, o meio-campo avança, exceto um volante que recua para atrair os atacantes adversários e “puxar” o time adversário pra frente. Nisso, Luiz Adriano também recua pela faixa central trazendo junto um dos zagueiros.

O chutão de Weverton visa a famosa casquinha de Luiz Adriano para um dos atacantes de lado fazer a diagonal. Ou, então, o goleirão tenta acionar um colega aberto pelos lados, provocando flutuação da zaga adversária e criando espaços para um cruzamento e a chegada de Luiz Adriano vindo de trás. Tudo muito bonito no papel, mas geralmente dá nada.

Os meio-campistas alviverdes mais avançados quase sempre recebem a bola de costas para a marcação adversária. O que fazem? Tocam pra trás. A bola vai aos zagueiros, que tocam entre eles ou, recuam para chutão de Weverton. A mesma sensação de treino técnico/tático do passado numa tarde de terça-feira. Felipe Melo é o melhor passe do time, que por enquanto vê Ramires como uma pálida lembrança do meio-campista intenso que jogou na Europa.

A diretoria quer apostar mais nos jovens revelados pela base verde. Há consenso no clube, de que não vale mais a pena apostar nos meias que o clube contratou a peso de ouro: Lucas Lima e Scarpa. [Veiga terá mais chances]. Patrick de Paula e G.Menino são titulares. Veron será em breve. Mas é curioso notar que sempre que precisa mudar o jogo, Luxa chama Lucas Lima ou Scarpa. Jogadores de lampejos cada vez mais raros, que também jogam de lado e arriscam pouco.

A avaliação interna é de que há muitos jogadores no elenco palmeirense enfastiados pela privilegiada situação financeira que adquiriram. Rony foi contratado para um time que esperava contar com Dudu atuando mais centralizado. O jogador agudo do CAP ainda não se apresentou em 2020. Além disso, carece de aprimoramento técnico. Por jogar em time grande de Série A, sua quantidade de erros técnicos impressiona.
Fora flamengo -cujo elenco é incomparável e um pouco mais caro- Palmeiras está em nível semelhante ao de inter, grêmio e atlético-mineiro. Mas não propõe jogo ou, joga com mais intensidade como os adversários.
A situação alviverde envolve escolhas erradas há tempos, que inflaram o elenco de jogadores com perfil semelhante! Contratos de longa duração, salários altos, pouca atratividade ao mercado. O ideal seria desinchar o elenco e abrir mais vagas aos jovens da base. Mas os contratos são para serem cumpridos, e o mercado não demonstra grande interesse por muitos atletas pelos quais o clube paga muito caro.

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