Bastidores: eleição do Palmeiras tem incômodo de aliados de Leila e reunião da oposição sem Nobre




20 Setembro 2024 - 08h46
Bastidores: eleição do Palmeiras tem incômodo de aliados de Leila e reunião da oposição sem Nobre;

Chapas que vão concorrer à disputa presidencial se definem, com membros da situação reclamando da falta de espaço, e opositores mais próximos, mas sem ex-presidente. [Por geglobo em São Paulo]

O clima eleitoral movimenta os bastidores do Palmeiras, que prepara-se para a disputa presidencial entre Leila Pereira e Savério Orlandi no pleito marcado para novembro. Quem vencer, comandará o clube até o fim de 2027.

Ambos candidatos definiram suas chapas. O grupo de oposição já tinha lançado seus nomes, enquanto a situação tornará oficial os vices em evento na noite de segunda-feira. Nas alamedas do clube, contudo, já se sabe quem serão os escolhidos.
 
Leila Pereira e Savério Orlandi — Foto: Montagens a partir de Cesar Greco e Nino Andrés/Divulgação

Leila Pereira terá em sua chapa os seguintes vices, na ordem: Maria Teresa Bellangero, Paulo Buosi, Marcio Martin e Everaldo Coelho da Silva. As novidades são os dois últimos nomes, diretores estatutários jurídico e de marketing, respectivamente, nos lugares de Neive Andrade e Tarso Gouveia.

Marcio e Everaldo são nomes de confiança de Leila, sendo o primeiro por sua atuação nas discussões com a WTorre envolvendo o Allianz Parque, e o segundo no comando da pasta que frequentemente recebe críticas. Os resultados no marketing, porém, são muito elogiados pela presidente.

Os prováveis novos vices são nomes mais recentes na política alviverde, ambos ligados à chapa Palestra, de Leila Pereira, Buosi e Maurício Galiotte. Especialmente Everaldo não é visto como uma figura do clube, mas um homem de confiança da dirigente.

A escolha da chapa gerou um descontentamento na UVB, grupo comandado por Wlademir Pescarmona, que já disputou a presidência do clube, e que conta com José Roberto Lamacchia, conselheiro e marido de Leila.

Isto porque o quarto vice atualmente é Tarso, membro da UVB. Com a sua saída, o grupo não terá representantes na chapa da situação, para reclamação de pessoas dentro do grupo.

Pescarmona trabalhou internamente para tentar acalmar os descontentes e reforçar que a UVB segue apoiando a situação. Ele lembrou em mensagens ao grupo que Carlos Degon, presidente do Conselho de Orientação e Fiscalização, e Maurício Camargo, vice-presidente do Conselho Deliberativo, fazem parte do grupo, que possui, também, cargos dentro da diretoria.

– Essa eleição é apenas parte do processo. Claro que havia uma perspectiva, mas a administração da atual diretoria é muito boa com as finanças equilibradas e um time de futebol protagonista. Enfim, a política não se resume a só isso. Continuaremos a apoiar a Leila – resumiu Pescarmona ao Nosso Palestra.

Apesar do clima entre aliados, Leila Pereira não deve fazer alterações na sua chapa. A presidente só irá confirmar os escolhidos no começo da próxima semana.

Oposição não terá Paulo Nobre
Savério Orlandi, candidato da oposição, já havia comunicado quais serão seus vices, na ordem: Luiz Pastore, Roberto Silva, Luciana Santilli e Felipe Giocondo.

Na segunda-feira, houve um jantar organizado por Pastore que uniu membros do grupo "Palmeiras Avante", contrário ao atual governo do clube.

O evento oficialmente teve como marca a celebração dos 110 anos de aniversário do clube e a Arrancada Heroica, mas acabou tendo um caráter político por reunir em torno de 80 conselheiros opositores.

Estiveram presentes figuras importantes na política alviverde, como Genaro Marino, ex-vice e ex-candidato à presidência, o ex-presidente Arnaldo Tirone, além de aliados de Mustafá Contursi e de Paulo Nobre.

A participação de Nobre na campanha de Savério era uma incógnita, mas agora é praticamente certo que o presidente entre 2013 e 2016 não terá qualquer envolvimento no pleito.

Ele se sentiu traído com os movimentos que aconteceram após passar o poder para Galiotte, seu vice e que se manteve ligado a Leila. Afastou-se do dia a dia do clube e não demonstra qualquer interesse em participar da política do Palmeiras. Em 2019, abriu mão do cargo de conselheiro vitalício.

Antigos aliados de Nobre, como Genaro e a candidata a vice Luciana Santilli, estão com Savério, mas o ex-presidente rompeu contato com a maior parte deles.
 
Fora da política do clube, Paulo Nobre tem viajado o mundo — Foto: Reprodução

Quem é favorito?
Apesar da divergência às vésperas do registro de sua chapa, Leila Pereira é a favorita na eleição. Das 288 cadeiras no Conselho Deliberativo (CD), a situação conta com cerca de dois terços, e a oposição o outro terço.

A escolha do presidente no Palmeiras não é restrita a conselheiros e se define na assembleia de sócios. O primeiro passo, porém, é dado no CD.

Na reunião do dia 14 de outubro deve ocorrer o filtro. Para a chapa concorrer na assembleia, é necessário obter a aprovação de 15% do Conselho, o que dá 44 votos. Leila e Savério devem conseguir a marca sem dificuldades.

A partir disso, começa o trabalho mais focado nos sócios, onde Leila conta com apoio da maioria, também. A oposição, porém, vê uma recepção melhor do que esperava com o nome de Savério e espera uma disputa mais apertada, embora admita a vantagem da situação.

O Palmeiras ainda não divulgou a data, mas a eleição presidencial tem que acontecer na segunda quinzena de novembro. A posse ocorre em 15 de dezembro.

  • Próximo jogo: Vasco x Palmeiras │Brasileirão 27ª Rodada │Data: 22/09 Hora: 16h00 Estádio Mané Garrincha [Transmissão: Globo e Premiere]

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