O último adeus.



Começa onde termina, no nada. Assim é a vida. Do pó ao pó retornarás. Mantendo uma esperança na crença de algum novo ou antigo Deus para nos aliviar ou para nos ascender a gloria eterna.

Mas o futebol pode terminar apenas de duas formas, com a vitoria ou com a derrota. O futebol é um espelho, o espelho da vida, é a onde encontramos a resposta para a eterna pergunta, Deus existe? Nesse jogo obtemos uma resposta clara e por vezes objetiva, diferente das velhas e novas crenças. Ou se conquista ou se perde, ou se liberta ou se prende. Engraçado como todos essas coisas nos remetem a vida.
Libertar-se equivale-se a viver, a esvair-se por completo. Como no sexo, no ato do orgasmo. Diferente da contenção religiosa e por ventura presa. O futebol certa vez, ao final dos anos cinquenta e inicio dos anos sessenta foi comparado a teoria de Freud da sublimação sexual, na realidade não só o futebol mas os outros esportes como o Basquete nos Estados Unidos tiveram essa conotação pisicologica, como mostravam vários documentarios esportivos da época. Mas Freud era já mesmo nesse periodo foi desacreditado por vários movimentos filosoficos, cientificos e pscologicos como o Anti- Edipo de Deleuze. As pesquisas da sexualidade do homem e da mulher de Alfred Kinsey etc.. 

Há uma certa semelhança nesse trabalho cientifico do pensamento humano, o desejo como um motor da vida. Ora o desejo, e não é o desejo que move o esporte? A conquista, como citei, o embrião que fecunda? Da certo? Que obtem o sucesso? Mas e a perda? Essa nos evitamos falar ou tocar. Evitamos a todo custo até não ser mais impossivel, como no jogo de futebol. Mas com a diferença de podermos tentar novamente e novamente até acertar. A onde a religião falha, é a onde o futebol acerta.

É nessa libertação, numa desenfreada alucinante que nem mesmo a arte pode alcançar. É o fim, a busca pelo seu fim, para que possamos começar tudo de novo. Como num ouroboro, mas o que todos nos almejamos é embarcar também na grande maquina de Ezequiel e ascender ao céu com suas helices, tomado pela luz mais radiante e ardente de Deus. 

Quando o bebê nasce, ele é fragil, inocente e quando já adulto morre, forte e enrigecido. A arvore cresce mole e fresca e quando morre está seca e dura. Força e resistencia são sinônimos da morte. Liberação e risco são as potencialidades da aurora da vida. É a cada gol que sentimos isso! O frescor da vitória ou da derrota, por isso quem endurece nunca vence...

Autor: Cesar

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