O Dinheiro e o Futebol

14/08/2019 - 06:00

(De Cesar) Há o velho e bom ditado: “Dinheiro não compra a felicidade, manda buscar” Mas acredito que em alguns casos esse ditado malicioso não se cumpre. No caso o futebol, sim ter grana e muita significa um clube com capacidades maiores e objetivos mais audaciosos. O dinheiro nada mais é que uma configuração social mas não uma realidade objetiva.

 
Explico: o dinheiro não compra o amor a camisa que todos os torcedores desejam de seus jogadores, o dinheiro não compra a entrega, a raça, a vontade e até mesmo o sucesso. Há inúmeros casos assim no mundo do futebol, mas é óbvio com o poder financeiro fica tudo em teoria mais fácil. 

Mas não na visão deste que vos fala,no mundo do futebol apenas em alguns países isso faz a diferença, por exemplo na Espanha, onde o poderio financeiro de Real Madrid e do Barcelona clube catalão, fazem da famosa La Liga um único campeonato entre si, os dois maiores rivais políticos e desportivos do mundo. Mas essa rivalidade não foi acirrada pela grana mas pelo seu contexto histórico, o franquismo espanhol, o ETA e a tão sonhada separação da Catalunha como um país soberano. O dinheiro ali apenas ratifica e potencializa o que já existia em termos de conflito humano.


Mas no Brasil é diferente, mas muito diferente, não temos uma disputa territorial como os espanhóis e os catalães. Embora alguns irão lembrar da Guerra Constitucionalista Gaúcha-Paulista, onde alguns gaúchos até hoje defendem a ideia de uma separação do resto do Brasil. Mas voltando ao futebol brasileiro, no Brasil ter dinheiro não é um sinônimo ou pelo menos não tem sido até aqui um diferencial tão dispare que nos faça comparar com os clubes blanco merengue e o azulgrana. 

Pois no Brasil temos um território vasto, um país de várias línguas e culturas que se misturam dando força para cada estado e assim sendo dando motriz para um certo equilíbrio no esporte mais querido dos brasileiros.Palmeiras e Flamengo ambos apontados pela imprensa da casa como os possíveis responsáveis por essa “espanholização” do nosso futebol mas que nunca realmente aconteceu. Se vai ocorrer um dia eu não sei, apenas o tempo dirá. 

Mas a maior prova de que não vem ocorrendo são os fatos de tanto o clube carioca quanto o paulista apontados a ganhar todas as competições todo ano, sofrerem demasiadamente para levar um título ou vezes, até mesmo nada, tamanha é a competitividade do nosso esporte mais apaixonante e talvez até por isso se tornou tão apaixonante. E ai podemos fazer muitas teses sobre o porquê desse alto teor competitivo.

As várias culturas como mencionei? A forma como o Brasil é governado, entre a riqueza e a pobreza literalmente pondo não só um hiato aí, mas também um convívio desleal mas uma simbiose entre os brasileiros tornando esse povo mais forte do que aparenta. 

Me lembro de quando estava no exército e nosso sargento dizia, tecnologia não é nada, dinheiro também não é nada, mas força de vontade é, ter uma motivação que te faça levantar todo santo dia da cama” E ele completava “Na guerra do Vietnã vencida pelos vietcongues, Charlie comia arroz frio debaixo da terra, enquanto os G.I Joe fumar sua maconha” Para se esquecer da guerra ou da vida Yankee sem sentido, consumista, injusta e exuberante. 

“Charlie” como todos sabem era o codinome usado pelos soldados americanos para se referirem aos vietcongues na selva durante as missões militares. A vontade não se compra com dinheiro, especialmente um jogador de futebol brasileiro, acostumado a viver num país desleal como o nosso, onde o crime parece sempre compensar.


Então ,o que motiva um futebolista brasileiro? Eu não tenho a resposta, mas tenho exemplos e bem recentes; Veja o caso de Daniel Alves que recusou propostas de outros clubes da Europa, onde ele já estava e preferiu ir ao São Paulo, por puro e simples amor ao seu clube de coração. 

Foi o último exemplo que eu vi de um caso assim no mundo esportivo nacional. Eu sei muitos vão torcer o nariz e dizer que ele não venho de graça, que ele custou muito caro, mas meu ponto é exatamente esse. 

Pagamos milhões em jogadores para eles jogarem o que sabem um ano, talvez dois, talvez três sei lá, e então aparece esse jogador onde ninguém mais acreditava ser possível um atleta de futebol jogar para o clube que torce; Essas foram as palavras de Daniel Alves quando apresentado 

“O São Paulo contratou um torcedor em campo”, preciso explicar mais? O dinheiro e o futebol, me lembro de quando Paulo Nobre disse “Em breve Palmeiras estará bebendo em águas limpas” Frase replicada por seu diretor de futebol Alexandre Mattos ainda recém-chegado ao nosso clube palestrino.

O que Nobre queria dizer não é para ficarmos ricos e então vamos as compras! Como faz clube que nunca viu dinheiro na vida, como o clube do Cheirinho, que gasta em demasia. Não! O que Nobre queria dizer é simples, como ele mesmo dizia “O Palmeiras tem que aprender a andar com as pernas próprias” Sábias palavras de um jovem porém perspicaz presidente até então.

 
E não é o que eu vejo que está acontecendo com o clube, Mattos e sua compra sem critério de jogadores caros e inúteis ao clube mas menos a ele. Uma patrocinadora que se coloca muitas vezes acima do clube, como a Tia Leila às vezes faz. 

E o Galliote um presidente inepto a ser presidente até mesmo de clube de leitura de escola primária. Acho que o Nobre precisa voltar para recolocar a coisas nos eixos novamente. E sobre patrocínios, eu digo isso a todo palmeirense, a CREFISA, acredite, ela não é o Palmeiras, a MARCA PALMEIRAS é muito forte e gigantesca, podemos ter tantos outros patrocínios, talvez até superiores que o atual. Existe no Palmeiras muita falação, muita propaganda e menos “Nobrismo”. Quero dizer amor ao clube e não as cifras, bem ao clube e não a interesses pessoais.

Então os fariseus chamam o homem de novo e o intimidam , dizendo que têm provas contra Jesus.
Eles exigem: “Dê glória a Deus! Sabemos que este homem é um pecador”. Invalidando a acusação deles, o homem que era cego diz: “Se ele é pecador, não sei. O que eu sei é que eu era cego e agora posso ver” João 9:24,25