Felipe Anderson muda de posição para tentar jogar melhor no Palmeiras
02 Abril 2025 - 10h06
Felipe Anderson finalmente teve um raro momento de brilho com a camisa do Palmeiras. Atuando em uma função diferente, o meia deu sinais de que pode ser uma alternativa para Abel Ferreira em meio às dificuldades criativas da equipe e à má fase de Raphael Veiga.
Na estreia do time alviverde no Brasileirão, contra o Botafogo, Felipe Anderson jogou 24 minutos e demonstrou uma evolução clara em relação às suas atuações anteriores. Ele substituiu Raphael Veiga e atuou como segundo atacante — posição na qual viveu seus melhores momentos na Lazio, até julho de 2018.
Felipe Anderson e o goleiro Marcelo Lomba em treino na Academia de Futebol (Foto: Palmeiras/Canon)
Apesar de já ter recebido minutos em todas as partidas da fase final do Paulistão, foi a primeira vez que Felipe mostrou algo realmente diferente. Contra o Botafogo, acertou 92% dos passes (11/12) e venceu dois dos três duelos no chão, segundo dados do Footstats. Em seu primeiro toque na bola, aplicou dois dribles desconcertantes, levando o Allianz Parque à euforia — uma cena rara quando se trata de jogadas individuais do meia no estádio.
Após a partida, Abel destacou em coletiva que as mudanças surtiram efeito na equipe.
"Entraram muito bem [Felipe Anderson, Giay e Bruno Fuchs]. Disse isso aos jogadores na roda que fizemos no final. É preciso um pouco isso, atacar a profundidade do nosso adversário. Estava faltando um pouco disso na nossa equipe, correr nas costas da defesa, não só quem tem a bola, mas quem não tem a bola, agredir mais, fazer o facão nas costas dos adversários, estamos fazendo o contrário: só tocar e tocar.", afirmou o treinador.
Foi justamente atuando na posição do último jogo que Felipe Anderson se tornou, em 2018, a contratação mais cara da história do West Ham. O clube inglês desembolsou R$ 182,5 milhões para tirá-lo da Lazio, tornando-o a aquisição mais valiosa dos Hammers na época.
Apesar do status de grande reforço palmeirense para 2024, Felipe ainda não correspondeu às expectativas. Até o momento, acumula 30 partidas pelo time alviverde, com apenas dois gols e duas assistências.
O momento ruim de Veiga pode abrir uma oportunidade para o camisa 8, já que o titular não vem justificando sua presença entre os 11 iniciais, e a equipe sofre na criação ofensiva.
Além disso, a concorrência nas pontas diminui as opções para Felipe. Estêvão se consolidou no lado direito, enquanto Paulinho está próximo do retorno para atuar pela esquerda. O grande desafio será Maurício, que também está perto de voltar e pode disputar vaga no meio-campo e como segundo atacante — função em que Abel já o testou como falso 9, com bons resultados.
Allianz Parque e a camada de cortiça
O Allianz Parque reconheceu um erro na aplicação de uma camada extra de cortiça poucos dias antes do início do Campeonato Brasileiro. A intervenção inesperada resultou na tonalidade mais escura do gramado, que chamou atenção na estreia do torneio.
A expectativa era de que a irrigação e o trabalho das máquinas ajudassem a assentar rapidamente a cortiça, mas o resultado visual acabou sendo insatisfatório, especialmente em um jogo transmitido nacionalmente logo na primeira rodada do Brasileirão.
Apesar da mudança estética, nenhum jogador reclamou das condições do campo, além das já conhecidas observações sobre o gramado sintético. A bola rolou de maneira fluida, sem quicar irregularmente — algo que, curiosamente, acontece em gramados naturais como os da Arena do Grêmio e, ocasionalmente, do Maracanã.
A eterna polêmica sobre o uso de gramado artificial continua gerando reações distintas em situações parecidas. Em 19 de fevereiro, no primeiro jogo após o show de Shakira no Morumbi, Lucas Moura elogiou o campo do São Paulo. "Tinha umas partes com coloração diferente, mas a qualidade estava muito boa."
Na ocasião, a bola também rolou sem solavancos, validando a declaração do meia-atacante, mesmo que, à distância, o campo parecesse desgastado. Casos semelhantes, reações diferentes.
Já se discutiu amplamente que a substituição dos gramados sintéticos no Brasil precisa seguir um modelo estruturado, como em outros países. Na Holanda, por exemplo, foi estipulado um prazo de dois anos e meio para a transição obrigatória para campos naturais, com a exigência entrando em vigor na temporada 2025/26.
- Próximo jogo: Sporting Cristal-PER x Palmeiras │ Libertadores 1ª Rodada │Data: 03/04 Hora: 19h00, Estádio Nacional do Peru [Transmissão: Paramount]